A fotografia
No ano em que comemora o seu 10º aniversário, a “Egoísta” termina o ano a celebrar a Fotografia na sua edição de Natal.
«Esta Egoísta é em ano difícil, o nosso presente de Natal.
Vazia de textos, debruada de imagens em prata cinzeladas.
Sem palavras, porque sobre o Natal já tudo foi escrito; ou até, como diria Umberto Eco, porque “um texto é uma máquina preguiçosa que anseia por um leitor que a faça trabalhar”.
Não nos atreveríamos a tanto: reservemos, antes, esse esforço para os ingentes desafios que, em horizonte próximo, se perfilam.
Até porque é das palavras –sobretudo da sua troca – que emergem os equívocos; e, em transe de provocações, tem que ser mais forte e urgente que nos une, do que as falácias que nos separam.
Daí, esta opção de imolar a palavra para consagrar a imagem.
Pois que a imagem, sendo unívoca, detém esse raro sortilégio de comportar, em si mesma, todos os significados de quem a ouse decifrar.
Aqui a enaltecemos, na sua abrangência interpretativa, com este acervo de portefólios que são um retrato do mundo.
Não do mundo que idealizámos, mas desoutro que gerámos na sentença de nele viver: um mundo globalizado que se reduziu à vizinhança, antes de se ampliar em irmandade.»
…
(Excerto do Editorial de Mário Assis Ferreira)
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