quinta-feira, 28 de julho de 2022

EGOÍSTA - VIDA - JUNHO 2022



A Vida


Dizem que uma criança deixa de o ser quando percebe que a morte existe.
Como se essa percepção fosse o vislumbre da curteza da vida.
Demasiado curta sem ser pequena...
Demasiado grande para ser negligenciada!
Pois que ninguém sabe quando acontece esse misterioso dia que traça o meridiano entre a vida já vivida e a que nos resta viver.
E assim existimos, cientes da certeza da finitude, reféns da incerteza do seu desfecho...
Esse, o rotineiro ciclo da vida: somos crianças e brincamos; somos adolescentes e transgredimos; somos adultos e contabilizamos; somos velhos e recordamos.
Mas a vida não é uma rotina, qual somatório de dias ao sabor de indulgente acaso.
Porque a vida é uma batalha sem vencedores nem vencidos.
Uma batalha com protagonistas desiguais: apenas nós e a Humanidade!
Nesse confronto reside o nosso ensejo de afirmação, o propósito de Ser, a chancela com que assinamos a tela da vida.
Uma tela de luz e sombras, pintada com o rigor de perspectivas onde se diluem as sombras e se iluminam os sonhos.
E os sonhos nunca envelhecem!
Como se cada sonho vivido fosse um extenso nascimento...
Um nascimento que é benção, numa vida que é uma lição.
Uma lição tão fugaz, quão urgente é aprendê-la.
Como se o hoje fosse tardio e o ontem desperdiçado.
Até que o coração faleça e a alma sobreviva.
Do coração fica a memória; da alma, a interrogação:
nasce-se para morrer ou morre-se para renascer?
Se Deus existe, só Ele conhece a resposta!

Editorial de Mário Assis Ferreira

EGOÍSTA - 21 ANOS - 94 PRÉMIOS

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