segunda-feira, 2 de junho de 2014

Aceita e Sorri - Apresentação do livro nos Jardins de Belém em Lisboa

Miguel Alarcão Júdice, Inês de Santar, Vanessa Afonso, Isabel Branco e Fernanda Freitas


O Amor Vencerá ! A história inspiradora de Vanessa


Apresentado de forma original, no passado dia 29 de Maio à tarde, o livro Aceita e Sorri, teve como palco os Jardins de Belém.

«Aceita e Sorri é uma história de desafio aos limites e que relata como perante obstáculos inabaláveis podemos sempre ir mais longe do que pensamos».

O evento de lançamento teve carácter solidário e todos levaram consigo uma manta, na qual se sentaram e no fim foram recolhidas para serem doadas à CASA (Centro de Apoio aos Sem Abrigo).

Editado por Edições Chá das Cinco, Aceita e Sorri de Inês Santar e Isabel Branco, foi apresentado por Fernanda Freitas, Leonor e Vanessa assinaram autógrafos e o Prefácio é de Miguel Alarcão Júdice. 
Prefácio:

Carta de um amigo

Há uns anos atrás incitei a Vanessa a escrever um livro, talvez por isso me tenha pedido para prefaciar este. O livro não era este que irão ler, até porque nessa altura a Leonor ainda não tinha sido diagnosticada com a doença que mudou a vida de toda a sua família. O meu desafio era para a Vanessa escrever a incrível história de vida da sua bisavó, uma mulher sem tempo e à frente do seu tempo. Apesar de ainda ter esperança de que essa história seja um dia contada, fiquei ainda mais feliz por saber que a Vanessa iria relatar a sua história. 

Em tempos ouvi uma frase no filme “Pierrot le fou” que me marcou para sempre. O personagem, interpretado por Jean-Paul Belmondo, disse a certa altura “la vie peut être triste, mais elle est toujours belle” (a vida pode ser triste, mas é sempre bela). Todos nós passamos ao longo da vida por momentos adversos, duros, alturas em que parece que nada faz sentido, em que pensamos “porque é que isto me aconteceu a mim?”. Nessas horas em que as montanhas aparentam ser intransponíveis, a melhor forma de superar os desafios é de nos agarrarmos à beleza da vida, ao dom de a termos. A maior lição de vida é saber viver a vida, dar-lhe valor, apreciá-la pela dádiva que ela é, fazer da sua existência a energia que nos permite atravessar todas as dores que, por estarmos vivos, inevitavelmente também acabamos por sentir. Nesse aspecto a Vanessa é um exemplo como poucos que conheço. Confrontada com uma tristeza avassaladora, daquelas que não apenas nos moem mas nos chegam a matar, ela não baixou os braços e encontrou no escuro que a vida lhe trouxe a luz suficiente para lutar. Nessa medida a Vanessa é uma referência de coragem e resiliência para todos nós (para mim que tenho o privilégio de ser seu amigo talvez ainda mais), o que faz este seu livro profundamente inspiracional.

Nunca vi a Vanessa sem um sorriso aberto no rosto, mesmo nos momentos mais difíceis. Para mim essa é uma medida de grandeza de espírito. Porque são heróis apenas aqueles que atingem grandes feitos, salvam muitas vidas ou mudam o destino das nações? Talvez esses sejam os Macro Heróis, aqueles que ficam na memória dos Homens, que dão capas de revistas americanas, que criam lendas e mitos. Mas há outros heróis, mais singelos e silenciosos porventura, que vivem anónimos por entre as pessoas ditas “normais”, fazendo o bem à sua escala, servindo de inspiração para os que os rodeiam, mudando o Mundo um bocadinho apenas talvez mas ainda assim infinitamente mais do que os demais de nós. Vou chamá-los de Micro Heróis, não por serem pequenos em vitórias e conquistas, até porque não são heróis de grandes façanhas. Talvez menores apenas no mediatismo que não procuram e na vaidade que não servem. Colocaria sem hesitação a Vanessa nesta short-list de Micro Heróis que tenho a honra de conhecer. Estou certo que depois de lerem este livro irão partilhar dessa opinião porque irão descobrir uma pessoa de uma dimensão invulgar.
Dizem que os livros sobre pessoas devem ser escritos no fim das suas vidas ou até depois das suas mortes. Sempre achei que esta “regra” faz com que muitos livros ricos de conteúdo, porque retratariam vidas cheias, fiquem por escrever. O livro que agora vão ler quebra essa regra não escrita de uma forma particularmente pertinente e feliz. A vida da Vanessa está longe do fim. Muito mais haverá para contar nos anos que virão, alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, dias felizes e tantos outros nos quais se terá de agarrar aos seus pilares de força para ultrapassar dores. Como amigo dedicado, irei acompanhar esse trajecto que virá. Acredito que o mesmo acontecerá com todos os que graças às linhas que se seguem ficarão a conhecer a Vanessa. Seguramente a sua vida continuará a ser rica e inspiradora para todos nós. 

Miguel Alarcão Júdice

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